Crotalária é esperança ecológica para o combate à Dengue
UTILIDADE PÚBLICA
Assustados com o avanço da dengue na cidade, muitos os moradores estão recorrendo ao plantio de crotalária para tentar conter a epidemia que se alastra pela cidade.
É uma nova aposta dos especialistas para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, diante da epidemia e estado de emergência no Brasil.
Plantação de crotalária contra a Dengue |
A planta demora de 90 a 120 dias para crescer, produz flores amarelas, um chamativo para a libélula, que assim como o Aedes aegypti procura água limpa e parada para por seus ovos, que ao virarem larvas se alimentam de outras larvas, inclusive as do mosquito transmissor da dengue.
Já a libélula adulta se alimenta de pequenos insetos, tendo o Aedes aegypti em seu cardápio.
Flor da crotalária atrai libélula que deposita ovos e larvas acabam comendo as larvas do mosquito Aedes aegypti.
A planta se desenvolve bem em climas tropicais como o nosso e pode mesmo ser facilmente encontrada em beira de estrada.
Ela exerce o controle biológico, atraindo as libélulas que, por sua vez, se alimentam do Aedes Aegypti. A libélula põe seus ovos nas mesmas águas paradas que o mosquito transmissor da dengue. Quando os ovos da libélula tornam-se larvas, elas também se alimentam da larva do Aedes. Portanto, a libélula é um predador natural do mosquito da dengue tanto na fase adulta, quanto ainda em larva.
"Ela pode ser cultivada em quintais pequenos, em baldes de plástico, é uma planta de pequeno porte, de um metro e 80 centímetros de altura. Ela vai dar flores bonitas, enfeitando o quintal do pessoal e ainda vai ajudar a combater o mosquito”, explica os especialistas.
Diversas cidades brasileiras estão se mobilizando e distribuindo sementes da crotalaria, o movimento se inspirou em ações similares e bem-sucedidas realizadas em diversas cidades como Uberaba (MG) e Sorriso (MT) Dracena SP, Pres Vencelau SP, Monteiro Lobato SP etc.
A proposta é que moradores plantem a crotalária, assim como deve ocorrer nas escolas. São distribuídas mudas e sementes.
Solução mágica? Nem tanto
A ideia de cultivar uma planta no quintal e conseguir frear o avanço da dengue é contestada pela pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz Denise Valle, pós-doutora em biologia do desenvolvimento. Para ela a prevenção ainda é a palavra-chave. "Não tem receita mágica contra a dengue, manter limpo o quintal é o melhor remédio", disse. Denise afirma que o controle deve ser feito pelo cidadão e que não é aceitável creditar a responsabilidade de combate do mosquito transmissor para uma planta.
"Quando se leva em conta que 80% dos criadouros dos mosquitos estão dentro das casas das pessoas, fica fácil perceber que é praticamente impossível creditar ao poder público ou a uma 'receita mágica' a responsabilidade pelo controle da doença", diz a especialista.
Não existe comprovação científica, não é uma medida para substituir outros cuidados, como a limpeza dos quintais, mas sem dúvida é uma grande arma para ajudar no combate à doença.